Tuesday, September 15, 2009

Angustiar-se é necessário.

Ele não conseguia entender porque tudo estava tão complicado. Tudo estava tão feio e sem cor, de difícil percepção. O que estava lhe acontecendo? Geralmente ele era rápido nas respostas, no modo de agir, mas depois de sentir pela morte que não adianta ser rápido no pensamento se não sabe o porque se está pensando foi que ele caiu no cinza do mundo. As respostas rápidas na verdade era o modo mais fácil dele se esconder de si, pois a velocidade no pensar é igual a velocidade quando se corre com um carro: você não consegue apreciar todas as belezas do mundo além de correr um grande risco de não acertar onde quer ir. E foi isso que lhe foi acontecendo durante a vida. Ele não se dava tempo de refletir nas dores, angústias, ganhos e perdas que teve durante os seus 25 anos. Ele simplesmente pegava a primeira impressão e a guardava como impressão verdadeira e única.
O mundo que esse homem via não era nada mais que o mundo que ele tinha dentro de si. O mundo externo é visto de acordo com o nosso mundo interno. A beleza não está no objeto, mas no que sentimos, lembramos e vivenciamos ao vê-lo. Se dentro de nós não houver um pingo de beleza o mais belo entardecer da praia, a gloriosa benção de um nascimento não será visto nada a mais que um fator natural. O mundo torna-se mais compreensível quando vamos nos compreendendo aos poucos, desvendando os nossos preconceitos, medos, nossas justificativas e vendo se elas estão mesmo sendo ainda boas para nós. Quem não conhece, ou não para para conhecer, a si mesmo, não entenderá o mundo, mesmo que ele seja tão simples quanto respirar.

Vinculo, do início ao fim.

Por muitas vezes me vi observando os outros, e a mim, a tristeza que sentimos ao perceber que perdemos alguém e, depois de um tempo, que o quanto fomos bobos em termos nos importante tanto com tal perda.
Primeiro temos que deixar claro que não perdemos pessoas, pois elas simplesmente não são pertences nossos! Perdemos o que elas nos fazia, o sentimento quanto a ela que ela criava em nós. Perdemos o que ela construía e o modo com que ela nos fazia sentir as coisas do mundo. Perdemos as ações dela, não ela. E é isso que lamentamos quando alguém deixa de estar ao nosso lado, que em outras palavras é o vinculo.
Um vinculo é uma troca de ações regadas de sentidos e sentimentos que enquanto for vantajoso para ambos será mantido. E o que não podemos deixar de ver é que, apesar de todos termos vínculos com alguém, cada qual tem a sua maneira, a sua razão, para se vincular com alguém. Quando um vinculo acaba é que acabou a motivação de unir-se àquela pessoa por aquela razão primeva.
Um relacionamento não é criado, ou pelo menos não o vejo assim, como um circulo vicioso, em que se recebe o que se deseja e dá o que o outro quer, sempre nisso. Funcionamos sobre uma razão inicial, lógico, mas essa nos traz outras razões que necessitam ser saciadas, assim como na outra pessoa. É um encadeado de renovação de sentido para continuar querendo estar com a pessoa. Percebi que não é sempre que fazemos isso de ato pensado, é um ato consciente porém não percebido caso não paremos para refletir.
Então quando nos vermos nessa situação, em que um vinculo acabou, pense o que acabou em você, ou o que provavelmente tenha acabado no outro, para o ponto final ter passado a existir.