Wednesday, February 23, 2011

Parece-me natural do ser humano sempre buscar a auto satisfação, independente da forma em que se procura, em qual fase da pirâmide estamos.
Estando com fome, necessitando de segurança ou de afeto ou até chegando ao ápice conseguindo amar o outro como a si mesmo, olho e percebo que cada um tem o seu próprio mundo e é neles que pensamos quando tomamos qualquer atitude no mundo social.
Será que esse é um pensamento egoísta, achar que tudo que fazemos, mesmo a atitude mais altruísta, é algo buscando a satisfação própria?


Digno de pensamento.

Sunday, February 20, 2011

Sorriso, eis uma ação que encantava. Quando era visto despertava os mais variados sentimentos. Começava a imaginar como seria ver esse sorriso de perto, tentar, ao menos tentar tocar as bochechas que subiam quando o sorriso estava existindo.
Como um insight pode mudar tanto uma percepção? Um dia, inesperadamente foi perguntado sobre um outro. Em suma, o outro não era o questionado, mas o questionador.
Simples assim, gosta-se de outro, não desse. Fácil de entender que os sentimentos alheios não são direcionados para onde gostaríamos que fossem.
No entanto a idéia de morte também é simples, sempre ouvimos sobre a morte. E mesmo assim, a gente se acostuma com ela?

Acostuma-se com a quebra de ilusão?

Saturday, February 19, 2011

Anos perdidos

Eu estava distante daqui, dos compromissos que antigamente eu zelava com esmero.
Estava ocupado, cuidando das leituras, das preocupações, das contas e dos empréstimos. As pessoas passavam por mim, me cumprimentavam e eu ligeiramente dava-lhes um oi, mais por etiqueta que por carinho.
E assim fui vivendo pensando estar progredindo no caminho.
Então me dei conta... Passaram-se anos!
Onde estavam meus amigos? A paixão, o tesão pela vida? os parceiros de piada, de cerveja, as gurias para amar?
Me preocupei com as coisas secundárias e não me ocupei das primárias, que era a minha vida presente!
Honestamente, é de entristecer reconhecer que sou o culpado pela minha perda dos anos, mas antes a tristeza que a não oportunidade de entristecer-se!

Tuesday, February 8, 2011

sentindo.

Para o universo não existe relógio. Existe sim o tempo, mas engano certo pensar que o mundo é regido por nosso tempo térreo de horas, minutos, segundos, dias e noites.
Segundos minhas contas haviam se passado duas ou três semanas. Nesse período não houve comunicação ou manifestação de qualquer sentimento de ambos os lados.
Não que isso me incomode, creio que escrever sobre isso darão jargões interessantes mais a diante.
Diálogos frios foram os últimos, meu lado era agressivo, o dela, não sei descrever quais eram suas reais intenções.
Quando eu tinha dezessete anos eu escrevi um texto e umas das frases eram "Temos duas opções: ou nos fazemos existir, ou morremos." Fazem cinco anos que a frase existe e inexplicavelmente ela não perde o sentido.
E é exatamente isso que estava acontecendo, eu estava morrendo para ela. No entanto, o que me conforta é saber que enquanto eu morro para ela, ela também morrem em mim.

Tuesday, February 1, 2011

Relato paterno.

Hoje foi um dia abençoado. Depois de oito longos dias meu filho abriu os olhos, saiu do coma.
Lembro-me como se fosse ontem o que aconteceu já há algum tempo. O telefone tocando a noite a voz do outro lado dizendo "Sofremos um acidente, o Dani não está muito bem". Mais do que depressa peguei meu carro e fui onde o carro batido estava. Quando cheguei já haviam levado meu filho para o Hospital. Os para-médicos que lá ainda estava me disseram que meu filho havia se machucado muito, a orelha cortou e ele estava desacordado. Fiquei feliz em olhar em volta e não conseguir ver nenhum saco preto em minha volta.
Um dos meninos que estavam no carro me entregou uns retalhos e disse que eram do Dani e que cortaram para facilitar o atendimento. AS calças rasgadas e tingidas de vermelho. A jaqueta do seu curso com o emblema sujo de sangue. Chorei nas roupas, confesso sem vergonha nenhuma que eu chorei.
Volto a atenção ao meu filho, ele está de olhos abertos e resmungando, estava com dificuldades para falar. Ele deu um grunido, não consegui entender se era de dor ou de qualquer outra coisa.
Me senti pequeno, minúsculo, impotente diante ao momento. Eu sou pai, me sinto na obrigação de amparar meu filho, mas o que eu era agora? Um fraco diante toda essa situação?
Meu filho tenta se mexer e olha desesperado para a mãe e para mim, buscando pelo olhar alguma ajuda, alguma explicação.
Tomei fôlego e disse:
_Filho, as coisas mudaram agora, mas seremos fortes, nós vamos sair dessa juntos.