Tuesday, February 1, 2011

Relato paterno.

Hoje foi um dia abençoado. Depois de oito longos dias meu filho abriu os olhos, saiu do coma.
Lembro-me como se fosse ontem o que aconteceu já há algum tempo. O telefone tocando a noite a voz do outro lado dizendo "Sofremos um acidente, o Dani não está muito bem". Mais do que depressa peguei meu carro e fui onde o carro batido estava. Quando cheguei já haviam levado meu filho para o Hospital. Os para-médicos que lá ainda estava me disseram que meu filho havia se machucado muito, a orelha cortou e ele estava desacordado. Fiquei feliz em olhar em volta e não conseguir ver nenhum saco preto em minha volta.
Um dos meninos que estavam no carro me entregou uns retalhos e disse que eram do Dani e que cortaram para facilitar o atendimento. AS calças rasgadas e tingidas de vermelho. A jaqueta do seu curso com o emblema sujo de sangue. Chorei nas roupas, confesso sem vergonha nenhuma que eu chorei.
Volto a atenção ao meu filho, ele está de olhos abertos e resmungando, estava com dificuldades para falar. Ele deu um grunido, não consegui entender se era de dor ou de qualquer outra coisa.
Me senti pequeno, minúsculo, impotente diante ao momento. Eu sou pai, me sinto na obrigação de amparar meu filho, mas o que eu era agora? Um fraco diante toda essa situação?
Meu filho tenta se mexer e olha desesperado para a mãe e para mim, buscando pelo olhar alguma ajuda, alguma explicação.
Tomei fôlego e disse:
_Filho, as coisas mudaram agora, mas seremos fortes, nós vamos sair dessa juntos.

1 comment:

  1. Confesso que este texto faz o leitor arrepiar. Cada parágrafo, um novo suspense.
    Adorei!

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