Saturday, October 23, 2010

mesquinharia

Ele estava deitado, amuado, parecia cansado. havia negado as baladas de sábado a noite, preferiu a cama. De fato, ele não estava cansado, estava reflexivo.
Com os braços sobre os olhos ele tentava elaborar o que estava sentindo.
"Nenhum ciúme têm fundamento, mas mesmo assim ele existe. Por que?"
por várias vezes ele ouviu falar que "há ciúme onde há amor". Ele acreditava nisso, mas percebia que o amor certamente não era à outro senão a si mesmo.
"Ciúme é um sentimento de posse, é desconsiderar a liberdade de escolha do outro. É um filho de egoísmo, afinal quer toda a energia do outro direcionada para si mesmo, para o sujeito enciumado. Ele também é parente da frustração , pois é este o sentimento que se tem quando o ser se dá conta que o outro pode sim não querê-lo e um dado momento da vida."
O moço tirou os braços da frente dos olhos e admirou-se diante do próprio pensamento e simultaneamente se decepcionou ao se tocar que jogou para o espaço do inútil o tempo que usou ao se concentrar em sentimento tão mesquinho.
Ele não queria ais pensar nem sentir, então resolveu dormir. Resolveu sim usar dessa fuga, pois se sentir estava sendo, para ele, amoral e pensar sem utilidade, o que lhe restava fazer, então?

Monday, October 18, 2010

Cristina

Véspera de feriado e do andar de baixo da casa se ouvia:
_Vai logo, Jé, a gente vai se atrasar!
Mais que depressa o jovem vestiu a camisa gola "V" dele e partiu para o carro, seguir cantando para o destino.
Chegando na balada enfrentou um pouco de frio, um pouco de fila, uma revista e enfim lá dentro estava. Era uma balada bem esperada, pelo menos para ele.
Pessoas dançando, outras conversando, outras nuns cantos dançando e conversando. Tinha também aquelas paquerando, outras achando que estavam sendo paquerados e os que nunca se tocam que estão sendo paquerados. O universo da balada é de fato um em particular aos demais.
Jé estava com uns amigos e estes estavam doidos para ficar junto com umas amigas. O jovem em questão nunca se importou com a equação "balada=pegação" e por isso mesmo não estava se importando em estar somente com os amigos e com uma cervejinha na mão. Mas eles não. Como o testoterona a mil e com tantas mulheres lindas os roçando sem querer (ou propositalmente, quem sabe?), eles queriam mesmo era uma companhia feminina.
Ele quis dar um rolezinho sozinho pela festa e usou como justificativa a bebida que tinha acabado. Foi para o lado contrário ao do bar para assim aproveitar melhor o tempo de desprendimento. enfim chegou no bar e reparou que lá havia uma moçacom os cabelos iguais a de uma amiga sua. Tocou-lhe os ombros e quase que de imediato foi abraçado por ela:
_Uau, você por aqui, que coisa, não?
Ele ficou conversando um bom tempo com a amiga, meio que se esquecendo dos amigos lá no outro canto. A amiga que ele encontrou apresentou-lhe as demais amigas, uma já conhecida e a outra...

Não sei ao certo por onde começar a descrição, creio que começarei pela parte mais marcante: a beleza. O ruim disso é que a beleza, pelo menos a dela, é composta por uma série de coisas que juntas a faz ser considerada uma mulher bela.
Bem, começarei pelo nariz. ele é arredondadinho, uma gracinha de nariz! Eu sei que o nariz não tem nada de sexy, mas é importante falar dele, pois seguidamente vem a boca, de lábios bem desenhados e aparentemente macios. A roupa bem escolhida escondia do mundo o corpo que verdadeiramente causaria respiração ofegante em qualquer homem. O jovem percebeu as curvas ao abraçá-la e gostou ainda mais de todo o conjunto diante da simpatia que a menina mostrou.
_ Que indelicadeza, já cheguei te abraçando e nem ao menos perguntei teu nome.
_ Prazer, é Cristina.

Monday, October 11, 2010

Um certo dia me vi me colocando em segundo plano. Obsevei o mundo e vi que eu não era o único.
Não quiz ver o problema dos outros para assim me encontrar no comum a todos, é que eu vi mesmo. Quanto que o indivíduo se anula todo o dia em prol da boa e velha convivência, da aceitação, do medo de ser julgado.
Pensei em muitos motivos que levam alguém a se por em tal condição, mas a mais geral que encontrei foi a escolha. Conscientemente ou não todos que estão em segundo plano se propuzeram a isso em alum momento da vida.
O depressivo se coloca nessa condição ao por em primeiro lugar os seus problemas e/ou limitações. O estressado põe as obrigações a frente da própria vida. O submisso então, preciso explicar?
Admito que é necessário tirar-se um pouco do centro dos próprios holofotes para viver bem, pois se acada um agisse por si não haveria relacionamento que durasse. O problema está na intensidade+frequência com que isso vai ocorrendo na vida da pessoa.
E ledo engano pensar que ser o primeiro plano de si é transforma-se em um egocentrico (se bem que um pouco de egocentrismo não faz mal à ninguém). Ser primeiro plano de si é praticar aceitação incondicional, ou seja, é admitir que há coisas em você que as pessoas não irão mesmo gostar muito, mas que isso não pode ser um muro para você não ser você mesmo!É também saber que admitir perdas e fracassos não é torna-se menor, mas sim maior, pois isso ajuda a crescer, ou acha que todos no mundo sempre ganham e ganham?
Agora passou-me pela cabeça uma frase que muitos sempre falam e que faz esse texto ser fechado de forma parnasianista: "Se eu não gostar de mim, quem gostará?