Saturday, October 23, 2010

mesquinharia

Ele estava deitado, amuado, parecia cansado. havia negado as baladas de sábado a noite, preferiu a cama. De fato, ele não estava cansado, estava reflexivo.
Com os braços sobre os olhos ele tentava elaborar o que estava sentindo.
"Nenhum ciúme têm fundamento, mas mesmo assim ele existe. Por que?"
por várias vezes ele ouviu falar que "há ciúme onde há amor". Ele acreditava nisso, mas percebia que o amor certamente não era à outro senão a si mesmo.
"Ciúme é um sentimento de posse, é desconsiderar a liberdade de escolha do outro. É um filho de egoísmo, afinal quer toda a energia do outro direcionada para si mesmo, para o sujeito enciumado. Ele também é parente da frustração , pois é este o sentimento que se tem quando o ser se dá conta que o outro pode sim não querê-lo e um dado momento da vida."
O moço tirou os braços da frente dos olhos e admirou-se diante do próprio pensamento e simultaneamente se decepcionou ao se tocar que jogou para o espaço do inútil o tempo que usou ao se concentrar em sentimento tão mesquinho.
Ele não queria ais pensar nem sentir, então resolveu dormir. Resolveu sim usar dessa fuga, pois se sentir estava sendo, para ele, amoral e pensar sem utilidade, o que lhe restava fazer, então?

1 comment:

  1. Que legal este ensaio!

    Parabéns!

    Esta notação final, que ele resolveu dormir para não mais pensar e sentir..é o típico 'pedido' de um tempo, tempo este que todos nós seres afetivos precisamos para re-encontrar os nossos próprios sentimentos e pensamentos..

    Beijos mocinho.

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