Monday, November 15, 2010

Maluco que sonho eu sonhei!

Uma noite dessas sonhei. Não que isso seja algo anormal, pois não é porque não lembramos que não tenhamos sonhado... Enfim, como disse Raul Seixas: "maluco, que sonho eu sonhei!"
Ele começou comigo abrindo meus olhos no sonho, quando os abri vi entranhas, sangue, glóbulos, enzimas... Eu estava dentro de um corpo humano, mais louco ainda, eu estava dentro do MEU corpo!
Depois de ficar um pouco espantado (não é todo o dia que você se vê dentro de si mesmo), eu resolvi me espiar um pouco e logo segui os vasos até o cérebro.
Antes passei pelo coração e vi que sua função é mesmo somente bombear sangue. Naquele momento eu estava dormindo, nenhuma emoção em magnitude diferenciada ocasionavam na emissão de adrenalina em meu sangue, logo, as passadas do meu coração estavam tranquilas.
Achei mais fácil ir pela coluna até o cérebro, complicado andar por lá, solo muito acidentado.
Cheguei à minha querida massa cinzenta e me espantei; Freud estava (infelizmente) certo! Estavam lá as minhas estâncias psicológicas, Id, Ego e Super Ego. Atrás do Ego, que mais parecia um camarada boa praça, tinha dois círculos enormes rosas escrito neles "pensamento" e "sentimento.
_ Posso espiar um pouco essas portinhas rosa? - perguntei ao boa praça
_ Claro que sim! - Disse o camaradinha ao lado de corpo forte e olhar pilantra. Provavelmente esse era o Id.
O rapaz da outra ponta, um bem apessoado, corte de cabelo bem feito e barba arrumada disse um não, o que me levou a afirmar com toda a certeza, sem sombra de dúvidas que aquele era o Superego.
_ Creio que agora não para vocês que devo dar ouvidos - Disse o Ego aos dois. Fale senhor, por que acha que eu deveria deixar você espiar o que há por trás destas portas?
_ Ora, essas portas são MINHAS! E quem tem mais direito delas se não EU?
Id riu e o Superego resmungou algo parecido com "petulante". O Ego sorriu, olhou de canto para o Id e abriu espaço para eu chegar até as portas.
De frente com as duas eu pensei em qual ir primeiro. Sem muito pensar fui à porta pensamento e a abri.
Já lá dentro me senti leve e livre. Letras e cálculos matemáticas pairavam pelo ar, citações de autores, textos que eu tinha escrito conclusões que eu por enquanto tinha de alguns fenômenos da vida, de alguns fenômenos naturais. Saí de lá não muito diferente do que entrei, com ar de "eu já sabia".
Fui sorrindo e de cabeça baixa entrando na sala Sentimentos e quando ergui os olhos levei um choque, um choque tão forte e inesperado que me tirou do sonho e me fez acordar de verdade.
Realmente isso me deixou muito perplexo. Será que minha repressão quanto aos meus sentimentos era tão forte que até no sonho, o lugar mais inconsciente do mundo, a repressão operava?
Sentei-me na cama e levei as duas mãos à cabeça. Pensei no sonho e sorri, lembrei que o sonho era inconsciente e gargalhei ao afirmar para mim mesmo que Freud ainda podia estar errado, que as estâncias poderiam ser somente obra do sonho para deixá-lo mais cômico.

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