Saturday, October 31, 2009

Como surgem histórias de amor - parte I

Era para ser um dia especial, tudo estava pronto; as situações, os gestos, as palavras que ela falaria quando ele falasse o que já estava pronto em sua cabeça. Ele sempre foi assim, calculista e de pensamento rápido.
Logo que acordou tratou de fazer a barba e procurar aquela camisa polo com defeito no botão do colarinho, aquela que ela sempre queria abotoar e pra isso chegava bem perto dele e já aproveitava a aproximação como desculpa para um beijo. Ele tinha dúvida entre o chapéu e o boné, resolveu ficar com o chapéu pois isso “o diferenciaria do resto da laia”. Como sempre ele olhou para o espelho da sala para arrumar os últimos detalhes de sua roupa, do seu chapéu e repassar em sua mente a cena que hoje seria produzida por ele como diretor e ator principal e ela como a coadjuvante que nada sabia do filme que estava filmando.

Jonas chegou no portão dela e a chamou, esperou alguns minutos e a chamou de novo, pois, como sempre, ela ainda estava no banho (apesar dele chegar sempre 10 minutos do horário marcado). Ela grita “já vou, entra aí” e ele abre o portão vermelho gradeado rumo a sala de piso de madeira, senta no sofá branco que fica de frente de uma chaleira com uma televisão dentro, “ porque será que uma casa em Campinas tem chaleira?” era o que ele sempre se perguntava quando via a chaleira. Isabela passa por ele de toalha, sempre com a desculpa de que precisa entregar a roupa para a avó passar. Ele imaginava que isso era um modo de atentá-lo, porque o que ele não podia tocar, sendo namorado dela a mais de 9 meses, ele podia ver através dos decotes sensuais e as saias de cinco dedos de tamanho. Passados uns vinte minutos isabela chega com o vestido verde que Jonas a deu, com o cabelo em coque e segurando uma bolsa branca. Ela tinha o dom de ser bela, perfeita. Jonas ao olhá-la lembrava sempre de o que o fez ficar com ela; o prazer. Injustamente, ou felizmente, o prazer foi ganhando contornos de paixão e por fim tornou-se amor, um amor bom de se ter, de se matar e ser ressuscitado a cada beijo e mordida. Ele se levanta e com as duas mãos na cintura dela a conduz a um giro belo para que assim possa ver cada detalhe de sua beleza memorável. Quando o giro acaba ele a puxa para si e dá um sorriso de meia boca, aquele sorriso que mostra que você pensou em algo mas que não confessa o que foi pensado. Isa vê o botão aberto da camisa de Jonas e fala “nossa, deixa que o seu amor arruma”, se aproxima mais um pouco, fica nas pontas dos dedos e lhe dá um beijo gostoso, daqueles que passa o amor revelado e a volúpia escondida, daqueles beijos que instintivamente faz ter mais vontade de beijar, de passar as línguas e por fim morder singelamente os lábios da amada. Jonas leva isa pela cintura até o seu carro, abre a porta do passageiro e no banco ela encontra um buque de uma rosa cor de rosa ao centro, outras vermelhas a rodeando e finalmente rosas brancas rodeando as vermelhas. Como era de se esperar ela o pergunta o porque do buque ser daquele jeito, pois ele sabia que ela tinha conhecimento da sua afinidade com o simbolismo na vida. Jonas ajeita o chapéu jogando um pouco para trás, para deixar os olhos castanhos claros mais a mostra para assim transpassar por eles veracidade na explicação da formação do buque e fala:
_ Esse buque nada mais é que a construção do meu sentimento por você. Primeiro ele era nada mais que algo de carne, uma mescla de idealização com vontade de te ter. Eu me encantei por sua beleza e te queria para mim, querida. Depois que te conheci percebi que você era de fato o que eu sempre quis, tanto em corpo quanto em espirito... sabe porque?
Nesse instante jonas dá uma exitada para falar , sorri para Isa e a avisa que o que ele falará agora parecerá talvez um pouco critico demais, mas que era coisa de gente sincera, daquelas que tem as palavras certas para falar mas não analisa o momento oportuno para que elas sejam ditas.
_ Você é alegre (apesar de ser instável), gosta de conversar com todos (não muito de ouvir os outros, mas tudo bem, querida), tem um carisma imenso com todos a sua volta ( eu sei que te ensinaram a a ser educada, mas não seja tanto a ponto de ser falsa consigo mesma) e incrivelmente bonita – Jonas pensou em dizer que ele achava que muitas vezes era só isso que ela tinha mesmo, que o mundo estava em seu umbigo justamente por ser linda, mas analisou o momentos, as perdas que teria, o tapa, as lágrimas, a reserva no restaurante que seria perdida, e resolveu não dizer coisa alguma. Ver tudo isso em você fez eu ter uma imensa paixão por você, está aí o significado das rosas vermelhas. Mas, minhas querida, os meses foram se passando e eu fui deixando de estar apaixonado por você.
Isa interrompeu o sorriso ao final da frase dele. Ele imaginava perguntas do tipo “como assim?”, “o que?” e “ tá tirando?” sendo produzidas na mente dela e então tratou logo de dizer para ela não pensar muito antes dele terminar de falar.
_ Deixei ser um apaixonado e comecei a te amar, um amor puro, daqueles que mais quer dar que receber Isa. Você me faz bem, você é especial para mim e sabe disso. Seria mentira dizer que deixei de te desejar, mas agora eu te desejo pensando em o quanto meu desejar pode ser bom para você. Gostaria que você compreendesse que minhas intenções com você não são somente quanto ao corpo, como muitos já tiveram por você. Eu quero mais que isso, quero ser o motivo da sua alegria, dos seus sorrisos fora de hora, do seu modo azul de ver a vida. Meu amor agora é mais puro e esse amor é seu.
Isabela sorria e limpava a lagrima antes dela tirar o lápis de seu olho. Ela colocou o buque no capô do carro e se arremessou para Jonas, fazendo Jonas sentir o calor dela, a emoção e um beijo que em cada detalhe dizia “eu te quero para sempre”.

Pronto, a cena estava repassada e ele estava feliz com o resultado que teria. Passou pela porta da sala mas antes pegou a chave do carro, abriu o portão e foi para a casa de sua garota.
Ele estava feliz em estar indo buscá-la para esse jantar, pois antes deles brigarem por uma coisa boba – Jonas não suportava o olhar cobiçador de qualquer macho pra sua fêmea e achava que os olhos predadores apareciam porque ela amava mostrar as curvas por suas roupas – elas sempre idealizava um jantar naquele restaurante japonês. Ele sabia que esse jantar faria ela esquecer dessa ultima briga e das outras tantas que eles estavam tentando por diversas razões; desde “por que você não cumprimentou meu primo de 3° grau?” até “ porque você prefere barezinhos, já que balada é muito mais legal?”. Ele estava cansado de tantos conflitos, eles geram dúvidas e dúvidas não são boas de se ter em um relacionamento.
Jonas avistou de longe isa no portão da casa dela e estranhou; ela nunca foi de esperá-lo lá. Ele parou o carro e ao descer a viu ainda a uns quinze passos de distancia. Ela não estava com cara de muitos amigos, muito menos de uma namorada apaixonada por seu namorado. Ele foi chegando perto com um sorriso educado e quando foi abraça-la ela não ergueu os braços, não ergueu o rosto, não reagiu a nada, deu a lágrima e um grunhido de raiva sair e simplesmente falou:
_Rosas vermelhas é paixão, não é?

1 comment:

  1. EUUU AXEIII TUDOO MUITO lindoo ee aa maiss pura verdadee... voo continuaaa lendoooo. =D beijooo jersoooo..

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