Thursday, March 17, 2011

Tristeza.

Jonas não estava num dia bom. Muitas preocupações, daquelas que parecem ser necessidades para ontem, apesar de faltar ainda alguns dias para serem de fato atendidas, apresentadas.
Haviam algumas desilusões também, as de relacionamentos, dos mais diversos relacionamentos, desde o familiar, passando pelo trabalho e enfim chegando ao amoroso (ou a falta dele).
Ele não estava bem mesmo, estava cabisbaixo, com poucas palavras e expressões. Dificilmente se alegrava, estava sempre no amanhã, no triste e penoso amanhã. Pensava no amanhã porque o hoje, para ele, já estava perdido, morto e enterrado.
Ele tentou por a culpa nos outros, na família, nas meninas, no trabalho. Olhou em volta e viu pessoas conversando, outras rindo e se abraçando. Viu meninas se deixando levar pelo papo do rapaz e este sendo apenas cavalheiro. Olhou para o outro lado e viu dois colegas planejando o futuro, os trabalhos, o que fariam e de que forma.
Foi aí que ele percebeu que o mundo não havia parado e nem estava escuro, como o mundo dele estava naquele momento. E mais, ele percebeu que o mundo não parou só porque ele estava triste. Tudo continuou, em plena harmonia.
A tristeza dele atingia somente a ele. Tal sentimento repeli as pessoas, a aproximação existe ou por pena ou por curiosidade, porém não dura muito tempo, pois a tristeza é vista como um vírus contagioso, as pessoas nunca querem ficar assim.

Obviamente que essa não foi a cura das suas dores, mas ao menos iniciou-se o processo para tal, pois a observação o fez compreender que essa tristeza que ele sentia era nada mais que um sentimento egocêntrico que o levava ao um ciclo vicioso de vitimização.

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