Thursday, August 5, 2010

Encontro

É difícil falar de encontro sem sair do velho roteiro de "se viram pela primeira vez, se apaixonaram...", mas fico feliz de ter presenciado algo que, pelo menos para mim, pareceu-me fora do clichê.
Ela andava pelo Taquaral, passos largos para trabalhar o bumbum. No seu Mp3 tocava Cidade Negra e na sua mente se passava coisas mil, desde dos antigos namorados, do emprego novo já não tão novo, das amigas fofoqueiras que ela tanto ama, das roupas que ela cobiça. É incrível como as mulheres conseguem pensar em várias coisas, várias mesmo, e não se perderem nos pensamentos.
Enfim, ela estava andando e viu um moço empurrando a bicicleta. Olhou para a bicicleta, para o cara... Que cara! Ombros de nadador, pernas de corredor de 100m rasos, braços de pugilista e olhos castanhos tristes...:
- Quebrou o que?
O rapaz olhou arregalado, como se estivesse acabado de ser acordado... E que bom ter sido acordado por essa loiraça! Ou ele estava ardente de desejo ou essa era mesmo digna de ser desejada, mas ele rapidamente desconsiderou isso pois ainda se entristecia pela bicicleta:
- O pedal, moça. Eu vim aproveitar meu último final de semana de férias, mas vou voltar com prejuízo para casa.
- É Cláudia, moço. -a moça sorriu e estendeu-lhe a mão- Vamos na lanchonete lána frente tomar alguma coisa, já que é seu último dia de férias, vamos fazer algo para te animar.
O moço achou estranho tamanha desenvoltura para falar algo que dá margem aos pensamentos mais loucos possíveis. Parecia irreal, uma mulher linda lhe chamando para tomar um chopp e fazer sua tarde ficar mais bela?! Brincadeira?
- Opa, esqueci... Jorge, prazer. -O rapaz deu a mão para Cláudia e a alisou. Deixa eu perguntar, desculpe se eu for meio rude, mas você faz isso frequentemente, tipo, chamar pessoas que você acabou de conhecer para trocar umas idéias a mais?
- Só quando estou com vontade e quando a pessoa me disperta um interesse imediato.
Cláudia sorriu, arrumou o rabo de cavalo e deu um passo para se aproximar de Jorge, o que esse inevitavelmente olhar de forma indiscreta para o físico da jovem.
Jorge não sabia o que falar, nem ao certo o que pensar, foi então que pensou que não precisava pensar nada, ora bolas, que coisa idiota! Só porque isso acontece de uma em um milhão torna-se impossível?
Jorge sorriu, apontou com a cabeça o barzinho e sorriu novamente para Cláudia, pois não tendo sobre o que pensar resolveu então apenas viver. Vai que ele se desse bem, né?

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