Monday, August 30, 2010

O perdão.

Quantas desculpas ele já tinha ouvido? Segundo os seus cálculos, acho que por umas quatro, cinco vezes... Mas era essa a palavra que mais saia da boca da menina, dos seus dedos quando escrevia. Parecia, para ele, que era isso mesmo que ela sabia fazer: Equivocar-se e depois pedir desculpas, como se desculpas fosse algo de pedir.
"Depois de tanto desculpas porquê ela continua errando?" Era isso que ele ruminava em sua mente e não conseguia ter alguma resposta cabível.
O erro é subjetivo. Falta de consideração, para ele, é algo muito feio. Desconsiderar o outro, os sentimentos que ele e os que ele ajudou a construir é muito feio, mas para ela, talvez seja algo normal, considerando a falta de responsabilidade que se têm hoje com os sentimentos do outro.
Agora ele não sabia o que fazer, se iria mais uma vez aceitar o perdão. Não perdoar é se machucar, é cutucar o próprio coração com uma agulha por várias e várias vezes. Entretando, ficar perdoando a todo instante é criar o hábito do outro de errar sem consequência.
Ele poz a mão na testa, a esfregou um pouco. Já fazia muito tempo que ele estava pensando... Então decidiu-se: Ele perdoaria, pela última vez.
Afinal, um ponto final em tudo, um dia, é necessário.

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