Sunday, August 15, 2010

O homem e o pássaro.

O pássaro voava e observava do alto qualquer coisa que lhe servisse para montar seu ninho, logo logo a fêmea teria ovos, era preciso ajeitar o berço. Voou que de tanto vai procurar, desce para pegar o pauzinho, leva para o ninho, encaixa as palhas e volta para procurar mais que cansou e resolveu fazer do parapeito de uma janela o seu ponto de descanço.
De frente com a mureta tinha ma janela que estava fechada, mas por ser clara dava para ver o que tinha dentro. O pássaro bisbilhotou com os olhos e o que viu foram livros num canto servindo de pé para uma mesa de centro quebrada, pedaços de papel espalhados pela sala, uma bagunça total. Em cima da mesa e do braço do sofá tinham pratos e copos com restos de alimentos e bebidas. Garrafas de vinho, umas três, estava em volta do homem que estava sentado no sofá verde musgo paralelo a mesa de centro. O passarinho não conseguiu dar o veredito de qual situação era mais lastimável; do cômodo ou do homem. Este estava com a barba grande, mas não um grande arrumado, uma que mostrava fazer tempo não ver nem água para ser lavada. Os cabelos tampavam a testa e as mãos tampavam os olhos, o homem mexia os ombros quando soluçava, estava chorando. Chorava e deixava as lágrimas escorrerem pelas mãos e pingando no suéter da cor do sofá. O homem destapou os olhos e encontrou-se em olhar com o pássaro. eles ficaram se fitando um pouco e o homem começou a pensar sobre o pássaro, ser livre que tem o dom de voar, de fugir para longe quando sente alguma ameaça. Achou bonita a idéia de ter uma companheira para a vida inteira, o casal que se une é unido até a morte. Que bom não raciocinar as vezes, pensou o homem. os pássaros só seguem os instintos, o amor instinto, não são como os homem que consideram ganhos e perdas a todo instante e por isso perdem e acham ganham tanto. E voar, que beleza era voar!
O homem se deprimiu denovo, lembrou-se que não era como o pássaro, ele não teria uma esposa até a morte. O tempo que passaram juntos desgastou o amor que era jurado eterno, o que sobrou dos dois foi o apartamento que comparam juntos, que agora estava com ele porquê ela foi morar com sua mãe, e a lembrança do sentimento.
O homem decidiu que pelo menos uma coisa igual o pássaro podia fazer, correu para a janela, espantando sem querer o pássaro, pos seus pés no parapeito e pulou do quinto andar, pulou para voar para a eternidade.

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