Monday, December 13, 2010

Consciência.

Abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi o teto do próprio quarto. Estava na mesma posição em que dormira, um dos braços na testa e uma das mãos apertando o lençol.
Começou a lembrar do que pensava antes de adormecer e reclamou consigo mesmo em ter acordado.
Veio novamente a vista o sorriso, os beijos e as intrigas que antes banhavam seu dia.
Ele estava com saudade de tudo isso.
Passou-lhe na cabeça a esperança de um futuro a dois, a expectativa das insinuações virarem ações.

Ele estava com saudade até do que não existiu.

Ele apertou mais forte o lençol, uma fúria inundou seu coração. O porque disso tudo?
Ninguém é de ninguém, todos tem direito a fazer o que bem entendem. No entanto para ele era meio incompreensível os sentimentos se desfalecerem com tamanha facilidade.
Qualquer coisa que é mais reluzente do que já se tem parece ser mais interessante, mas será que é de fato?

Fechou os olhos, desejou voltar a dormir, fugir do pensamento, achar algum que lhe conforta-se de alguma maneira.
Uma lágrima escorreu até o travesseiro quase que acidentalmente. Ele levou as mãos para enxugá-la, mas deixou-se chorar mais.
Deixou as lágrimas molharem os panos, pois era melhor molhá-los do que continuar sangrando seu coração.

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