Sunday, December 5, 2010

De tudo um pouco, até idiota

Fazia um certo tempo que os olhos não se cruzaram, que os corpos não se tocavam, que o sorriso do outro não era visto.
Em um havia uma alegria que não dava para segurar, a qual ele fez questão de simbolizar em um bombom. Nessa mesma pessoa não havia paixão que se continha e então então a simbolizou com flores.
Ele achou graça de si mesmo estar pegando tais coisas para dar à alguém, havia muito tempo que ele não sentia a vontade, a necessidade, de presentear com essas coisas alguém. Riu de si mesmo e pegou cervejas também.

Rir de si mesmo, como isso é algo pouco feito ultimamente. Temos o hábito de querermos sempre nos melhorar, então acabamos que buscando erros em nossos acertos para irmos concertando. Nos vitimamos em demasia, a nossa dor é sempre provocada por outro, não nos damos conta, ou não queremos nos dar conta, que a dor vem diante a nossa forma de ver o mundo e não do mundo em si.
Por que nos relutamos tanto em tomarmos para si a responsabilidade das nossas angústias? Existem sentimentos que quando provocados pelos outros causam raiva, tristeza, podridão, mas quando tomamos para si se tornam cômicos, pois vemos que não vale a pena a atenção dada à eles.

As curvas das ruas foram ficando para trás enquanto se ia chegando ao destino. Um último toque no perfume antes de receber quem se gosta. Um sorriso no rosto, braços abertos e cabeça ligeiramente caída para o lado: a leitura do corpo não mente, essa pessoa está aberta e pré disposta à outra pessoa!
_Nossa, que demora, heim!
Os braços se fecharam e um certo pensamento começou a correr na mente do adulto: Como simples expressões podem bombardear idealizações a ponto de destruí-las! E para alguém bombardear isso, só se ele está fazendo isso em sã consciência, sobre o intuito de tirar o outro desse mundo só dele ou está ele em seu próprio mundo, a ponto de não conseguir enxergar o que o outro lhe passa através de palavras, gestos e outras ações.
O sorriso apareceu novamente na boca do sujeito. Riu novamente de si mesmo ao concluir que quando se gosta de alguém há de sermos de tudo um pouco.
Temos de ser fortes para aguentar os momentos injustos do outro, sermos sensíveis aos sentimentos do outro, temos de ser altruístas e não podemos esquecer que o mais devemos ser é idiota.

Muitos momentos ruins se tornam insuportaveis devido a importância que damos à eles.

Sim, nunca se esqueça de ser um pouco idiota.

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